sexta-feira, 10 de maio de 2013


 “De Opara a São Francisco”

 

Conhecer um pouco da história do nosso “Velho Chico”, ou o rio da integração nacional, o Rio “São Francisco” é recuperar, trazer à memória as tradições de um povo, de milhões e milhões de pessoas, que, de alguma forma, viveu a vida do rio. Começando os “indos” da etnia Macro-Tupi que ocuparam suas margens, pescaram em suas águas, viveram suas crenças e inventaram suas lendas. “Opara” como era chamada na língua desses nativos de nossa terra. “Opara” significa neste tronco linguístico “rio-mar” devido, certamente, o volume e dimensão de suas águas.

Descoberto pelos navegantes, em nome da coroa portuguesa, Américo Vespúcio e André Gonçaves, no dia 04 de outubro de 1501. E sendo o dia 04 de outubro. dia dedicado a São Francisco de Assis, e, por isso esses navegadores nomearam, sem saber que ele já possuia um nome. Assim passou a existir o rio São Francisco para os europeus, mas ele continuou a ser “Opara” -  o rio-mar – tanto para os nativos como também para os mestiços, filhos dos nativos e dos portugueses. E, talvez, por isso o nosso “Rio São Francisco” continua sendo conhecido por alguns de “Opara”.

Assim “após percorrer 2.700 quilômetros (terceiro maior rio do Brasil), serpenteando pelo cerrado, cruza cinco estados brasileiros (Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe) até desaguar no oceano Atlântico, entre os estados de Sergipe e Alagoas, na Praia do Peba (estado de Alagoas)” e “sua bacia hidrográfica tem 640.000 km² de área.” Mas muito mais que um rio, o “Opara” (São Francisco) é a “força de todas as correntes étnicas do Brasil, porque uniu as raças desde as camadas humanas mais antigas às estruturas étnicas e políticas mais recentes do País.” Mas é também responsável pela aproximação do sertão ao litoral e “integra homens e culturas”(1).

No entanto, o rio “Opara” continua sendo o centro de interesses do homem atual e de grande importância no imaginário das pessoas que habitam a região. Acredito que o será também das futuras gerações. E a forma como este rio nos influencia é ainda incomensurável. Prova disso é o belíssimo espetáculo apresentado pela escola de cultura do SESI de Itaúna. Os meninos e meninas das escolas de dança (balé e dança contemporânea) e a galera do curso de teatro da Escola de Cultura do Sesi resolveram se unir e presentear a população de Itaúna com a história do Rio São Francisco.

A primeira apresentação ocorreu no final do ano passado (2012) no teatro Sílvio de Matos (Espaço Cultural). Foi um sucesso e contou com grande participação do público. Mas, mais do que isso, envolveu todos os alunos da escola de cultura, seus familiares, amigos e muita gente da gerência e da Escola Sesi de Itáuna.

E agora, nesta semana a Escola de Cultura voltou a apresentar o espetáculo “De Opara a São Francisco”. Foi mais uma oportunidade, não só de mostrar o belíssimo e valioso trabalho das professoras da Escola de Cultura do Sesi, mas serviu de reforço na memória daqueles garotas e garotos a história do nosso “Opara”. O melhor de tudo, no entanto, é que a apresentação deste maravilhoso espetáculo ocorreu no teatro Sesi-Vânia Campos, situado às margens do Rio São João, subafluente de “Opara”. Assim as águas de nosso “São João” (e qual seria o nome deste pequeno rio na língua dos nativos de nossa terra?) possa levar ao “São Francisco” esta singela e belíssima homenagem. E que os “espíritos das águas” saibam que as histórias do “Opara” continuam inspirando outros jovens professores e estudantes a contarem, cantarem e dançarem às margens de suas águas (afinal as águas de nosso São João, serão logo mais abaixo as águas do rio Pará e que comporão as águas do “Opara”). Parabéns à Escola de Cultura do SESI, parabéns a toda a equipe da Escola Sesi de Itaúna pela belíssima apresentação! Parabéns meninos e meninas (extensivo aos familiares) pelo brilhante empenho na realização deste espetáculo! Vocês brilharam!

 

Fonte consultada:

(1) MACHADO, Regina Coeli Vieira. Rio São Francisco. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisa escolar/. Acesso em: 08/05/2013. Ex: 6 ago. 2009.

 

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