terça-feira, 30 de junho de 2020

Meus livros virtuais e gratuitos...

Publicar no Brasil é tarefa difícil, ainda mais se você for desconhecido e não ter um grande número de contatos, amigos, etc, etc, etc. Mas para quem escreve o faz por necessidade. Necessidade não financeira óbvio, afinal se é difícil publicar mais difícil é ganhar dinheiro com a produção e comercialização de livros no Brasil. Além da concorrência há ainda os desafios de colocar o seu livro, de modo particular se você não tem por traz uma editora de peso para trabalhar o seu livro.

Por isso os meios virtuais, de certa forma pode ser uma saída alternativa. Por isso tomei a iniciativa de disponibilizar minha pequena e modesta produção através deste meio. Nos anúncios abaixo você poderá acessar dois de meus livros.  Não podemos desanimar diante das dificuldade, temos que erguer a cabeça e ir em frente. Então aí estão... faça uma boa leitura. Paz!!!




segunda-feira, 1 de junho de 2020

Um pouco de história do Fascismo no Brasil e o Antifacismo

Logo após a Revolução de 1930 a sociedade brasileira passou a se organizar em grupos que passaram a manifestar suas opções políticas. De um lado a participação do Partido do Comunista do Brasil, fundado no ano de 1922 e que passou a liderar os movimentos de trabalhadores da pouco expressiva industria brasileira. Do outro lado estava os membros da elite, dos conservadores, ou membros da tradicional família brasileira, muitos profissionais liberais e muita gente ligada a Igreja Católica, de modo particular os defensores da ala mais conservadora. 

Integralismo no Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livreEstes dois grupos rogaram para si o direito de dizer e de expressar a "verdade" política ideal para o país. Assim se constituíram em dois grupos antagônicos: um radical à direita e outro radical à esquerda. O grupo da direita com forte expressão fascista, como práticas públicas e organização muito ligadas ao fascismo italiano. Possuíam uniforme "camisas verdes", usavam o "sigma" como sinal de "soma" e "força", promoviam marchas, desfiles, manifestações públicas e promoviam aglomerações. Este grupo ficou conhecido como AIB - Ação Integralista Brasileira. Os líderes principais deste movimento, ou seus articuladores, era o literato Plínio Salgado, representante do movimento "verdeamarelismo" dentro da literatura brasileira. Seu comando prático, de comando de tropa era Gustavo Barroso. Este movimento se constitui oficialmente no ano de 1931 e teve significativa participação política no Estado de São Paulo e se espalhou pelo Brasil e dominou o cenário nacional em diversas ações do tipo "paramilitar" até ser colocado na clandestinidade por Getúlio Vargas no ano de 1935, após ser usado por ela para combater e neutralizar o movimento oposto a ele, como veremos abaixo. Plínio Salgado foi declarado como pessoa não grata e teve que se refugiar no exterior. 

Do outro lado estava o movimento denominado de ANL - Aliança Nacional Libertadora ligada sob a direção de Luis Carlos Prestes - o cavaleiro da esperança. A parte mais radical deste grupo defendia o uso da força, ou das armas para a tomada de poder e estabelecer um governo socialista, aos moldes do que acontecera na Rússia em 1917. Haviam outros grupos que de certa forma se aliavam à ANL, mas que não pertencia e nem se colocava diretamente sob seu comando, mas que tinha como objetivo combater o fascismo. Estes grupos eram contrários ao uso de armas nem eram muito favoráveis a adoção do sistema comunista para o Brasil. Eram grupos pró-democracia, que engrossava a luta dos Aliancistas contra os Integralistas, por ser este o inimigo comum, mas distanciava-se dos Aliancistas quanto às finalidades do movimento.

Estes grupos que dialogava com os aliancistas ficaram conhecidos como Frente Única Antifascista - FUA, criada no ano de 1932 e que foi responsável por inúmeras manifestações em oposição aos Integralistas. Entre os anos de 1932 e 1935 a Frente Única Antifacista teve papel importante no sentido de alertar a população dos perigos de instauração de um governo fascista, e ao mesmo tempo, apesar do apoio dos Aliancista, distanciavam deste por defenderem a Lei e a Ordem como forma de manterem a Democracia como valor.  

Era Vargas: Aliança Nacional LibertadoraNo ano de 1935, os Aliancistas saíram para uma aventura de revolta armada muito isoladas e pulverizada que deu algum tipo de trabalho ao poder instituído. Diante de várias dificuldades institucionais, o governo Vargas faz uma aproximação aos Integralistas, que vão dar a ele o suporte necessário para utilizar o Exército Brasileiro no combate aos Aliancistas. O meio encontrado por Vargas foi a apresentação de um plano que fora apresentado ao Congresso Nacional,  como se fosse um plano dos Aliancistas para a instauração do Comunismo no poder. Este plano denominado de Plano Cohen foi elaborado pelos Integralistas, mas apresentado como plano comunista dos Aliancistas. Diante deste Plano o Congresso autoriza Getúlio Vargas a decretar o Estadio de Sítio (Estado de Exceção) necessário para o uso da Força Pública no combate aos Aliancistas. 

Com as informações dos Integralistas, espalhados pelo território nacional, e com o uso das Forças Públicas o movimento dos Aliancistas  foi logo sufocado. Luís Carlos Prestes e sua esposa Olga Benário foram presos. Olga Benário foi posteriormente entregue ao governo de Hitler que a condenou à morte em Câmara de Gás por ser ela comunista e judia. Luis Carlos Prestes ficou preso por anos. 

Tendo combatido rapidamente a ameaça, Getúlio Vargas aproveita a situação de Estado de Exceção fecha o Congresso Nacional, anula a Constituição de 1934 e transforma o Integralismo como movimento ilegal. Suas sedes e núcleos de ação foram fechados e seus líderes principais presos. Seu líder Plínio Salgado foi convidado a deixar o país. 

A partir daí o país viveu um longo período de ditadura civil sob o comando de Getúlio Vargas até o ano de 1945. A ditadura Vargas teve como característica o populismo do presidente, com medidas aparentemente contraditórias, onde por um lado se colocava como "defensor" do povo pobre, principalmente os trabalhadores, e por outro lado incentivava e beneficiava os setores empresariais, passando a reconhecer suas organizações empresariais (como o SESI e o SENAI). 

Mas esta é uma outra história...