sexta-feira, 30 de outubro de 2015

"DENTE DE LEÃO"


Tudo que nos propomos fazer, não raras vezes, temos que enfrentar situações em que exige de nós firmeza, enfrentamento sério e ainda argumentos que fundamentam nossas propostas. Isso é ainda mais comum se o que propomos fazer tem caráter público ou se ocupa de um determinado seguimento público-social.
Sempre estaremos expostos à críticas, algumas com seriedade e fundamento e outras descabidas e mesquinhas. Isso porque parece que existem pessoas que vivem somente para “questionar” ou opinar sobre os que os outros fazem. Quando as críticas têm fundamento, ou são procedentes, nos ajudam a amadurecer ideias e nos fazem crescer. Mas quando estas críticas carecem de fundamento e se fecham em si mesmas, como se esses críticos fossem donos de uma pretensa verdade aí, então, cai no vazio, fecham para o diálogo e, geralmente, vira chateação e torna-se expressão de quanto nossa sociedade está refratária ao sucesso e ao crescimento das pessoas.
Quando estas críticas são publicadas em jornais de circulação local, ou mesmo em redes sociais, e a pessoa não se identifica, a situação torna-se desprezível e não colabora para o crescimento próprio nem da sociedade. Qualquer publicação, seja em qualquer veículo de comunicação, jamais deveria ser anônima, e jornalista nenhum deveria, por questões éticas, permitir que se publique em seu jornal, ou coluna de seu jornal, opiniões sobre o trabalho dos outros sem se autodeclarar ou se identificar. Isso é covardia e merece o nosso repúdio e desprezo.
Para ilustrar o que estou a dizer, vou descrever o que aconteceu comigo esta semana. Divulguei a imagem da capa de meu novo livro nas redes sociais. O título deste novo trabalho é “pétalas” e como ilustração para a capa escolhi a fotografia de um “dente de leão”. Recebi inúmeros comentários, vários outros “curtiram”. Desde já agradeço a todos por estas manifestações de apoio. Dentre os comentários um foi muito bom, e gostaria de comentar aqui. A crítica deste “amigo virtual” foi muito interessante, pois ele afirma que “A capa está um pouco errônea. Creio que a foto é de sementes, não de pétalas...”. Eu, que ainda não havia pensado nisso argumentei de modo simples e fui logo respondendo: “Esta é a ideia... duplicidade” e então fui contra argumentado com uma saída diplomática “Liberdade artística...hehehe” e então, completei “Um pouco disso, afinal o “dente de leão” é flor e semente ao mesmo tempo... e Poesia é um pouco flor e um pouco semente...”. O diálogo, infelizmente terminou por aí.
No entanto, eu não fiquei nessa conversa. Iniciei uma leitura sobre o “dente de leão” e descobri coisas interessantes. O “dente de leão” tem várias espécies e é considerada, por muitos, como erva daninha. Isso porque, suas sementes são facilmente levadas pelo vento e brotam com muita facilidade. Em alguns tipos de “dente de leão” as flores servem para, na carona do vento, transportar as sementes. Então as pétalas da flor são as semeadoras da planta. Além disso, o “dente de leão” é muito utilizado para chá, e é considerado medicinal por combater os problemas intestinais, a prisão de ventre, doenças hepáticas, hemorroidas e até para emagrecer. É tão significativo o seu uso que o “dente de leão” é também conhecido como “Amor-dos-homens”. Em algumas culturas o “dente de leão” é utilizado como símbolo de liberdade, otimismo, esperança e luz espiritual.
A flor do “dente de leão” é fina e amarela, e entre as pétalas nascem os filetes brancos preso nas sementes. Estes filetes brancos são pétalas de um estágio de maturidade da planta. Assim que as sementes estão maduras, estes filetes transportam as sementes pelo vento e semeiam pelo campo.
Vejam então, que a escolha do “dente de leão” para a capa de meu livro de poesia tem agora muito mais significado e muito mais sentido. A escolha foi acertada e a crítica deste meu “amigo virtual” foi intensamente benéfica para o meu próprio desenvolvimento. Obrigado! 
Toda crítica será bem-vinda, desde que acompanhada da possibilidade de diálogo, do crescimento, da troca de informação e da postura de abertura para o outro. Quanto ao meu livro estará disponível para o natal, minhas pequenas poesias querem ser “pétalas” de “dente de leão" e, espero,  semearão novos sonhos e novos poemas. Aguardem!

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

ENCRUZILHADA ESPACIAL



Ainda hoje há pessoas que duvidam de que o homem tenha ido à lua. Há pessoas que ainda pensam que o passo do homem na lua foi fruto de um truque de cinema. No entanto, não podemos negar de que a ocorrência deste fato gerou uma situação totalmente nova para a humanidade.
Na realidade o homem, ao dar seu primeiro passo fora da terra, readquiriu, na contramão da própria história, sua antiga posição geocêntrica no universo. Ao tornar possível uma visão – fotografada – sobre a terra do espaço, tornou evidente o isolamento da terra no próprio espaço, absoluto. A partir daí, fomos impulsionados a uma nova consciência – embora muitos ainda não a vislumbrem, e por isso nos valemos das recomendações dos biólogos, ecologistas e conservacionistas – a Terra é a nossa casa e ainda é um lugar único e precioso, e que os recursos que dispomos são finitos. Tudo isso nasceu desse primeiro passo no espaço fora da Terra. Isto é, foi preciso sair para fora da Terra para olhá-la e percebê-la como casa, como lugar único.
A imaginação social, monopolizada pelos cientistas da Nasa, diz que podemos ir além. Encontrar outro planeta, e então teremos vida fora da terra, nós mesmo terráqueos, alienígena em outro planeta. Nesta direção os cientistas dos institutos de pesquisa espaciais vendem o sonho de viajar a outro planeta (marte já é o sonho possível). Mas esta realidade, além de ser um sonho para um futuro não muito longe será, a princípio muito restrito. Somente um seleto grupo de pessoas terão condições de participar deste processo.
Morar em outro planeta pode ser ainda mais demorado e estará ainda mais restrito. Sendo assim, voltemos à realidade e modifiquemos o nosso modo de ver e de lidar com o nosso planeta. Cuidemos de nossa casa.
Teremos que elaborar uma nova perspectiva de viver para que o suficiente não nos falte. O planeta está dando sinais de saturação. O ar está rarefeito; as ruas entupidas, o lixo produzido por esta sociedade de consumo não tem mais espaço para ser renovado, a crise da água é sinal da escassez dos recursos... e, então, teremos que tomar uma nova decisão sobre o que queremos no futuro.
Estamos com poucas perspectivas, a não ser o uso racional dos recursos que ainda dispomos. Mas por quanto tempo? A educação ambiental não será suficiente se não mudarmos os padrões de comportamento. Nosso modelo de vida atual é incompatível com a sustentabilidade da vida no planeta.
Não se trata de terrorismo teórico, trata-se de percepção de uma realidade que iniciou a 300 anos, quando a humanidade, em nome do sonhado conforto e do progresso, modernizou seu processo produtivo com a tecnologia industrial. A indústria potencializou o domínio e exploração dos recursos naturais do planeta tendo como perspectiva a produção de novos bens e serviços que traria conforto de prosperidade para a humanidade. Isso é inegável.
No entanto, a sustentabilidade deste processo é impossível. Os limites do crescimento industrial esbarram na disponibilidade dos recursos naturais. Sendo assim, percebendo que estes recursos estão se exaurindo.O que fazer? Reciclar e Reutilizar. Mas para isso é preciso que outros recursos naturais e finitos sejam também utilizados.
O que fazer, então? Que possibilidades teremos para lidar com tal situação? Alguns defendem a aplicação das teorias de Thomas Malthus, visto que as “populações humanas crescem em progressão geométrica, e os meios de subsistência em progressão aritmética” o controle de natalidade ou o extermínio por meio de conflitos garantiria a adequação entre produção e consumo. Mas o problema é que, com a escassez dos recursos naturais a progressão aritmética dos meios de subsistência também está comprometida. Então, a eliminação deveria ser ainda mais radical e poderia, da mesma forma, colocar em risco a própria existência da humanidade. Então estamos diante de um momento novo da história da humanidade.
Qual será o nosso próximo passo? Será para fora ou para dentro? Será para o progresso ou para o regresso? Será para o crescimento contínuo, chamado de desenvolvimento, ou para o descrescimento?
Enfim, estamos diante de uma encruzilhada... soltos no espaço e com nosso destino em nossas mãos...