quarta-feira, 28 de outubro de 2015

ENCRUZILHADA ESPACIAL



Ainda hoje há pessoas que duvidam de que o homem tenha ido à lua. Há pessoas que ainda pensam que o passo do homem na lua foi fruto de um truque de cinema. No entanto, não podemos negar de que a ocorrência deste fato gerou uma situação totalmente nova para a humanidade.
Na realidade o homem, ao dar seu primeiro passo fora da terra, readquiriu, na contramão da própria história, sua antiga posição geocêntrica no universo. Ao tornar possível uma visão – fotografada – sobre a terra do espaço, tornou evidente o isolamento da terra no próprio espaço, absoluto. A partir daí, fomos impulsionados a uma nova consciência – embora muitos ainda não a vislumbrem, e por isso nos valemos das recomendações dos biólogos, ecologistas e conservacionistas – a Terra é a nossa casa e ainda é um lugar único e precioso, e que os recursos que dispomos são finitos. Tudo isso nasceu desse primeiro passo no espaço fora da Terra. Isto é, foi preciso sair para fora da Terra para olhá-la e percebê-la como casa, como lugar único.
A imaginação social, monopolizada pelos cientistas da Nasa, diz que podemos ir além. Encontrar outro planeta, e então teremos vida fora da terra, nós mesmo terráqueos, alienígena em outro planeta. Nesta direção os cientistas dos institutos de pesquisa espaciais vendem o sonho de viajar a outro planeta (marte já é o sonho possível). Mas esta realidade, além de ser um sonho para um futuro não muito longe será, a princípio muito restrito. Somente um seleto grupo de pessoas terão condições de participar deste processo.
Morar em outro planeta pode ser ainda mais demorado e estará ainda mais restrito. Sendo assim, voltemos à realidade e modifiquemos o nosso modo de ver e de lidar com o nosso planeta. Cuidemos de nossa casa.
Teremos que elaborar uma nova perspectiva de viver para que o suficiente não nos falte. O planeta está dando sinais de saturação. O ar está rarefeito; as ruas entupidas, o lixo produzido por esta sociedade de consumo não tem mais espaço para ser renovado, a crise da água é sinal da escassez dos recursos... e, então, teremos que tomar uma nova decisão sobre o que queremos no futuro.
Estamos com poucas perspectivas, a não ser o uso racional dos recursos que ainda dispomos. Mas por quanto tempo? A educação ambiental não será suficiente se não mudarmos os padrões de comportamento. Nosso modelo de vida atual é incompatível com a sustentabilidade da vida no planeta.
Não se trata de terrorismo teórico, trata-se de percepção de uma realidade que iniciou a 300 anos, quando a humanidade, em nome do sonhado conforto e do progresso, modernizou seu processo produtivo com a tecnologia industrial. A indústria potencializou o domínio e exploração dos recursos naturais do planeta tendo como perspectiva a produção de novos bens e serviços que traria conforto de prosperidade para a humanidade. Isso é inegável.
No entanto, a sustentabilidade deste processo é impossível. Os limites do crescimento industrial esbarram na disponibilidade dos recursos naturais. Sendo assim, percebendo que estes recursos estão se exaurindo.O que fazer? Reciclar e Reutilizar. Mas para isso é preciso que outros recursos naturais e finitos sejam também utilizados.
O que fazer, então? Que possibilidades teremos para lidar com tal situação? Alguns defendem a aplicação das teorias de Thomas Malthus, visto que as “populações humanas crescem em progressão geométrica, e os meios de subsistência em progressão aritmética” o controle de natalidade ou o extermínio por meio de conflitos garantiria a adequação entre produção e consumo. Mas o problema é que, com a escassez dos recursos naturais a progressão aritmética dos meios de subsistência também está comprometida. Então, a eliminação deveria ser ainda mais radical e poderia, da mesma forma, colocar em risco a própria existência da humanidade. Então estamos diante de um momento novo da história da humanidade.
Qual será o nosso próximo passo? Será para fora ou para dentro? Será para o progresso ou para o regresso? Será para o crescimento contínuo, chamado de desenvolvimento, ou para o descrescimento?
Enfim, estamos diante de uma encruzilhada... soltos no espaço e com nosso destino em nossas mãos...

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