Ainda hoje há pessoas que duvidam de que o homem tenha ido à lua. Há
pessoas que ainda pensam que o passo do homem na lua foi fruto de um truque de cinema.
No entanto, não podemos negar de que a ocorrência deste fato gerou uma situação
totalmente nova para a humanidade.
Na realidade o homem, ao dar seu primeiro passo fora da terra,
readquiriu, na contramão da própria história, sua antiga posição geocêntrica no
universo. Ao tornar possível uma visão – fotografada – sobre a terra do espaço,
tornou evidente o isolamento da terra no próprio espaço, absoluto. A partir
daí, fomos impulsionados a uma nova consciência – embora muitos ainda não a
vislumbrem, e por isso nos valemos das recomendações dos biólogos, ecologistas
e conservacionistas – a Terra é a nossa casa e ainda é um lugar único e
precioso, e que os recursos que dispomos são finitos. Tudo isso nasceu desse
primeiro passo no espaço fora da Terra. Isto é, foi preciso sair para fora da
Terra para olhá-la e percebê-la como casa, como lugar único.
A imaginação social, monopolizada pelos cientistas da Nasa, diz que
podemos ir além. Encontrar outro planeta, e então teremos vida fora da terra,
nós mesmo terráqueos, alienígena em outro planeta. Nesta direção os cientistas
dos institutos de pesquisa espaciais vendem o sonho de viajar a outro planeta
(marte já é o sonho possível). Mas esta realidade, além de ser um sonho para um
futuro não muito longe será, a princípio muito restrito. Somente um seleto grupo
de pessoas terão condições de participar deste processo.
Morar em outro planeta pode ser ainda mais demorado e estará ainda
mais restrito. Sendo assim, voltemos à realidade e modifiquemos o nosso modo de
ver e de lidar com o nosso planeta. Cuidemos de nossa casa.
Teremos que elaborar uma nova perspectiva de viver para que o suficiente
não nos falte. O planeta está dando sinais de saturação. O ar está rarefeito;
as ruas entupidas, o lixo produzido por esta sociedade de consumo não tem mais
espaço para ser renovado, a crise da água é sinal da escassez dos recursos...
e, então, teremos que tomar uma nova decisão sobre o que queremos no futuro.
Estamos com poucas perspectivas, a não ser o uso racional dos recursos
que ainda dispomos. Mas por quanto tempo? A educação ambiental não será
suficiente se não mudarmos os padrões de comportamento. Nosso modelo de vida
atual é incompatível com a sustentabilidade da vida no planeta.
Não se trata de terrorismo teórico, trata-se de percepção de uma
realidade que iniciou a 300 anos, quando a humanidade, em nome do sonhado
conforto e do progresso, modernizou seu processo produtivo com a tecnologia
industrial. A indústria potencializou o domínio e exploração dos recursos
naturais do planeta tendo como perspectiva a produção de novos bens e serviços
que traria conforto de prosperidade para a humanidade. Isso é inegável.
No entanto, a sustentabilidade deste processo é impossível. Os limites
do crescimento industrial esbarram na disponibilidade dos recursos naturais.
Sendo assim, percebendo que estes recursos estão se exaurindo.O que fazer?
Reciclar e Reutilizar. Mas para isso é preciso que outros recursos naturais e
finitos sejam também utilizados.
O que fazer, então? Que possibilidades teremos para lidar com tal
situação? Alguns defendem a aplicação das teorias de Thomas Malthus, visto que
as “populações humanas
crescem em progressão geométrica, e os meios de subsistência em progressão
aritmética” o controle de natalidade ou o extermínio por meio de conflitos
garantiria a adequação entre produção e consumo. Mas o problema é que, com a
escassez dos recursos naturais a progressão aritmética dos meios de
subsistência também está comprometida. Então, a eliminação deveria ser ainda
mais radical e poderia, da mesma forma, colocar em risco a própria existência
da humanidade. Então estamos diante de um momento novo da história da
humanidade.
Qual será o
nosso próximo passo? Será para fora ou para dentro? Será para o progresso ou
para o regresso? Será para o crescimento contínuo, chamado de desenvolvimento,
ou para o descrescimento?
Enfim, estamos diante de uma encruzilhada... soltos no
espaço e com nosso destino em nossas mãos...
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