“GATOS
PINGADOS” JÁ!
G.Phonteboa
No Paraná a população está
revoltada com os gastos da Câmara dos Vereadores. O movimento da população
estão no sentido de exigir a redução dos atuais salários de R$6.200,00 para um
salário Mínimo, isto é R$788,00. A pressão está tão grande que na reunião da
câmara de Jacarezinho, o presidente teve que deixar o prédio escoltado pela
polícia.
Na cidade de São Paulo os
moradores se organizaram, via redes sociais, para exigir a redução do número de
funcionários contratados para cargos de comissão (que chegam a 600). Lá cada
vereador tem o direito de ter 18 assessores, e a população quer reduzir este
número para 5 por vereadores. Na cidade de São Pedro (SP) também surgiu um
movimento semelhante. Estes movimentos denominados por alguns políticos de
“gatos pingados” (faça a pesquisa na internet sobre o assunto para você ver...)
vem obtendo resultados. Isso demonstra que a população vem, lentamente,
ganhando consciência política e exigindo dos políticos, pelo menos nos
municípios, maior responsabilidade com o gasto dos recursos públicos.
E como está a situação na
Câmara dos Vereadores de Itaúna, o nosso Poder Legislativo? E a situação do
Poder Executivo? E o silêncio do poder Judiciário em relação à situação dos
poderes Executivo e Legislativo? Quantos funcionários tem a Câmara dos
Vereadores? Destes quantos efetivos (que entraram segundo a lei, isto é, via
concurso público) e quantos são os comissionados (contratados sem concurso por
ser de “confiança” dos vereadores)? E na prefeitura, quantos?
Os governos, tanto federal,
estaduais e municipais, reclamam da falta dinheiro para tudo. Gasta mais do que
se arrecada. Os recursos são insuficientes para saúde, para educação, para
transporte, para governabilidade, mas, por outro lado os salários dos políticos
(de todos eles, tanto na esfera municipal, estadual e federal) são pagos em
dia. E por sinal muito bem pagos.
Olhando o Portal da
Transparência da Câmara dos Vereadores a gente consegue entender um pouco do
descontrole, ou da aplicação, pelo menos duvidosa, dos recursos públicos. A previsão
orçamentária para o ano de 2015 de R$8.000.000,00 (8 milhões de reais). Só com
servidores o gasto mensal é de R$ 313.310,08 (referente
ao mês de junho/2015; https://cmitauna-mg.portaltp.com.br/). Olhando com um pouco mais de
atenção no Portal da Transparência da Câmara descobrimos que a atual gestão
possui 94 servidores, assim classificados:
13 efetivos (portanto concursados conforme a lei), 12 são estagiários (que são
contratados sem concurso); 17 agentes políticos (isto é, vereadores eleitos
pela população) e 50 são servidores comissionados (pessoas da confiança dos
vereadores, sem concurso). Assim tirando os 13 efetivos (que entraram para o
serviço público via concurso e, portanto, legítimos servidores e os 17
vereadores que foram eleitos pela população, os demais servidores estão no
serviço público pelo apadrinhamento político, ou seja, 62 servidores, um verdadeiro
“cabide de emprego”; O Poder Executivo paga em dia sem questionar, o Ministério
Público (representante do Poder Judiciário fica calado diante desta situação) e
o povo de Itaúna, paga tudo isso sem se quer questionar ou saber.
E na Prefeitura, no Poder
Executivo? Como deve estar a situação. Provavelmente ainda mais sério. Ora, ora
imagine então o custo que o país tem com a classe política? E para fazer o quê?
De uma coisa todos nós sabemos: não tem serviços de qualidade sendo oferecidos,
pois “não há” recursos (esta é desculpa da administração pública)...
Enquanto isso a imprensa só
fala em “Operação Lava-jato” em “Crise econômica”, sendo que a crise que
ninguém quer ver, é a “crise moral” instalada em todos os poderes constituídos,
e ainda vão à grande mídia dizendo que não existe crise institucional. Existe.
Ela está aí. As instituições democráticas estão em crise, não representa
ninguém a não ser seus próprios interesses. Este é uma crise moral, uma crise
institucional que ninguém quer ver, nem mesmo que ocupam os cargos das próprias
instituições que deveriam governar. E o mais ainda: esta é uma crise que o povo
não quer ver e que eu não quero ter.
Não votar não é uma solução.
Que tal formar uma grupo de “Gatos Pingados” e exigir a redução do número de
funcionário comissionados, a redução dos salários dos agentes políticos
(vereadores) eu acho que um salário mínimo está bom, com reajuste devido ao
salário mínimo. Então teremos dinheiro para investimentos na saúde, na
educação, no transporte, na melhoria dos serviços prestados à população. Chega
de parasitas políticos. Estamos cansados de pagar impostos e não ter serviços
de qualidade. “Gatos pingados” já.
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