sexta-feira, 12 de outubro de 2012


E agora, tudo acabou?


Pronto, o pleito eleitoral está definido. Temos um novo chefe do executivo e uma nova Câmara Legislativa. Tudo ainda é alegria, é festa. Para outros decepção, tristeza. No entanto, ninguém perdeu, apenas não ganhou... Esta etapa do processo político terminou, mas agora é que de fato começa a festa da democracia.
Para muitos o retorno de Osmando Pereira significa o mais do mesmo, ou ainda uma perpetuação de uma situação, de um determinado grupo político, de uma certa continuidade. Mas há também os que acreditam que há um novo momento e que a eleição de Osmando representa um novo tempo, isso por quê os tempos são outros, os desafios outros, e até mesmo os partidos que compõe o poder político é também outro.
Mas independente de que lado você possa estar, uma coisa é certo. Agora está no momento de iniciarmos a estratégia do acompanhamento. De perceber como estes candidatos neoeleitos vão se comportar. Que medidas vão adotar, sua postura ética, seus compromissos de campanha, seus projetos e seu desempenho como homens públicos. Não é hora de pedir favores, de buscar um posicionamento a determinados cargos públicos.
O desafio maior do cidadão, do eleitor, não é o processo eleitoral. Ele é o mais simples e passageiro. O maior desafio é o acompanhamento dos que foram eleitos, isso porque a maioria dos eleitores não sabem como proceder, não conhece os mecanismos de fiscalização, e a grande maioria tenta ao longo do tempo de mandato tirar proveito pessoal no relacionamento dos políticos eleitos. Desvencilhar da tradição do famoso “jeitinho” brasileiro não é fácil. Assim, os pedidos pessoais, numa relação direta com cada vereador eleito, ou com o prefeito ou vice-prefeito representa uma verdadeira e difícil opção a ser vencida e/ou negada. Isso mesmo, é preciso abrir mão desta opção e passarmos a pensar na coletividade, um exercício difícil e enraizado em nossa cultura.
Além disso há ainda outro desafio ainda maior e bastante especifico. Saber esperar por decisão a curto, médio e longo prazo. Isso porque a situação em que se encontra a cidade será um desafio enorme a quem vai assumir sua administração. Infelizmente será preciso um tempo significativo para “arrumar a casa”.  Esta situação nos leva a pensar sobre a validade do artifício da reeleição. Acredito que o país não está preparado para este mecanismo de perpetuação no poder, visto que mandatos consecutivos têm demonstrado desastrosas. Esperamos que o novo prefeito eleito consiga o mais rápido possível colocar as coisas em ordem, e não alvore um  novo mandato, sem antes mesmo de cumprir o primeiro. A renovação é necessária e acreditamos ser o mais democrático.
Também será necessário que a Câmara Legislativa ser reorganize, que os novos vereadores se adaptem o mais rápido possível ao processo próprio do legislativo. Que conheçam bem suas funções e o que a população esperam deles, mas que não confundam isso com inércia e subserviência. E preciso transparência, ideoneidade e, principalmente, posicionamentos firmes e concisos, e que rompam com tentação de se venderem por ninharias próprias do poder.
E, agora que recomeça o trabalho de um novo tempo, de um novo tempo para a democracia, e a participação dos cidadãos é essencial. Não basta votar, é preciso acompanhar os eleitos... então, tudo começou...ou melhor, recomeçou.

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